Os caminhos para a paz são retos.
Não existem atalhos e nem maneiras de "burlar" o sistema divino.
E quando olhamos pra isso, podemos abraçar com mais objetividade o lugar que estamos e qual é o ponto de trabalho de cada ciclo. Tantas vezes estamos ali querendo pular etapas essenciais, para manifestar a "iluminação", para acessar um espaço de Ser que ainda não possui alicerces sadios para ser sustentado.
Às vezes vivenciamos experiências de pico, vislumbres potentes,
e conseguimos nos sentir/ver nestes lugares, mas são apenas fagulhas, porque ainda não há um container interior para sustentar este estado. Muitos imaginam que por terem tido este vislumbre, podem pular camadas e camadas de "eu" que precisam ser purificadas. Ou se sentem muito "evoluídos", e que estão a um passo da iluminação, e se portam como iluminados. Quanta humildade é necessária para se enxergar de frente, para desamortecer e começar a se sentir, para sair do automatismo e perceber que estamos distraídos e ausentes. Quanta entrega é necessária para que possamos ir reconhecendo nossos próprios padrões de guerra interior, quando maltratamos o corpo através de uma alimentação tóxica, ou através de pensamentos de menosprezo e autocrítica.
E este é o trabalho interior, a reforma íntima, a senda iniciática que tantos mestres e tradições nos apontam. A paz nos chama para este dar-se conta de tudo que ainda sustentamos, em todos os níveis da vida, e que nos leva para direção contrária à ela. É um assombro, mesmo, quando vamos percebendo, que somos os construtores de todas as mazelas e desconexões. Avante caminhante!
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